domingo, 27 de agosto de 2023

O caminho da árvore da vida

  

Por: Jânio Santos de Oliveira

Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

Contatos 0+operadora (Zap)21  ou 987704458 (Tim)

 Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com





Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!

 Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no texto de Gênesis 2:7-9; 3:1-24  que nos diz:

⁷ E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.

⁸ E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado.

⁹ E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.

Gênesis 3:1-24

¹ Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?

² E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,

³ Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.

⁴ Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.

⁵ Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.

⁶ E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.

⁷ Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.

⁸ E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.

⁹ E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?

¹⁰ E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.

¹¹ E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?

¹² Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.

¹³ E disse o Senhor Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.

¹⁴ Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.

¹⁵ E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

¹⁶ E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.

¹⁷ E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.

¹⁸ Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo.

¹⁹ No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.

²⁰ E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes.

²¹ E fez o Senhor Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu.

²² Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente,

²³ O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado.

²⁴ E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.

 

I.                   Resumo da matéria

II                 A perda do caminho da árvore da vida

III.              Os princípios fundamentais da antropologia

IV.             O paraíso no éden

V.                A tentação no paraíso

VI.             O juízo de Deus

VII.           O que a árvore da vida representa

VIII.        Como será criado o novo céu e nova terra?

 

Os livros do Gênesis e do Apocalipse é basicamente o resumo do início e da consumação de todas as coisas. 

Aquilo que o homem perde no início recupera integralmente no final. 

A árvore da vida, é um exemplo típico deste fato. 

Nós vamos nesta matéria mostrar à luz da Palavra de Deus, a maneira como o homem perdeu e quando e como recuperou o caminho da àrvore da vida.

 

I.                   Resumo da matéria

 

A árvore da vida era uma árvore cujo fruto dava a vida eterna. A árvore da vida ficava no meio do jardim do Éden, junto à árvore do conhecimento do bem e do mal. Quando o homem pecou, Deus o expulsou do Éden para não comer da árvore da vida.

Quando Deus criou o Éden, Ele colocou a árvore da vida no centro do jardim (Gn 2.8-9). Deus deu ao homem permissão para comer de todas as árvores do jardim, mesmo a árvore da vida. O homem só não deveria comer o fruto da árvore ao lado – a árvore do conhecimento do bem e do mal. As duas árvores estavam lado a lado: uma que dava vida e outra que trazia morte.

Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, para os lados do leste, e ali colocou o homem que formara. Então o Senhor Deus fez nascer do solo todo tipo de árvores agradáveis aos olhos e boas para alimento. E no meio do jardim estavam a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal

(Gn 2.8-9.

 Depois que Adão e Eva desobedeceram e comeram o fruto da árvore proibida, Deus os proibiu de comer da árvore da vida. No seu estado de pecado, o homem não pode viver para sempre. Deus expulsou o homem do jardim e guardou o caminho para a árvore da vida com querubins e uma espada em chamas (Gn 3.22-24).

Então disse o Senhor Deus: “Agora o homem se tornou como um de nós, conhe­cendo o bem e o mal. Não se deve, pois, permitir que ele tome também do fruto da árvore da vida e o coma, e viva para sem­pre“. Por isso o Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado. Depois de expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante que se movi­a, guar­dando o caminho para a árvore da vida (Gn 3.22-24).

Antes de pecarem, Adão e Eva tinham livre acesso à árvore da vida e podiam comer dela quando quisessem. Mas quando pecaram perderam esse direito. Deus tinha avisado que comer da árvore proibida iria trazer morte, por isso não podiam mais comer da árvore da vida.

A Bíblia não especifica qual era nem como era o fruto da árvore da vida, mas ele é descrito como algo que dá vida eterna. No entanto, após a queda do homem, Deus proíbe o homem de comer o fruto da árvore da vida para evitar que ele viva eternamente em seu estado caído.

Apocalipse 22:1-2 fala novamente sobre a árvore da vida. Essa árvore está no Céu e traz cura e vida. A árvore da vida representa a vida eterna que há em Jesus.

Então o anjo me mostrou o rio da água da vida que, claro como cristal, fluía do trono de Deus e do Cordeiro, no meio da rua principal da cidade. De cada lado do rio estava a árvore da vida, que frutifica doze vezes por ano, uma por mês. As folhas da árvore servem para a cura das nações (Ap 22.1-2)

Quem vai para o Céu poderá comer da árvore da vida e terá a vida eterna. Esse é o prêmio de todos que aceitam Jesus como seu salvador e o seguem durante suas vidas na terra (Apocalipse 2:7). Os salvos viverão eternamente com Deus, sem sofrer mais as consequências do pecado.

 

II.                 A perda do caminho da árvore da vida

 

No livro de Gênesis, encontramos no capítulo três, um dos relatos mais tristes da história da humanidade, a Queda do Homem. Mas Deus não foi pego de surpresa com o pecado de Adão e Eva, pois as Escrituras Sagradas afirmam que desde a fundação do mundo a morte redentora de Jesus, pela salvação da humanidade, já havia sido determinada (Ap 13.8). O homem pecou de modo deliberado contra Deus, mas o Criador não o deixou entregue à própria sorte. O Senhor providenciou a sua redenção. Com o pecado veio o sentimento de culpa. O homem não sabe lidar com esse sentimento, pois não fomos criados para o pecado, por isso, Adão culpou a Eva e o próprio Deus pelo seu pecado de desobediência. É difícil aceitar a responsabilidade por nossos erros. Sempre queremos encontrar um culpado.

O pecado além de afastar Adão da comunhão com Deus, também introduziu as hostilidades e dificuldades no relacionamento de Adão e Eva. O pecado continua a nos afastar de Deus e a prejudicar os nossos relacionamentos.

Por algum tempo, Adão e Eva viveram a mais completa ventura. Aquela harmonia, porém, estava para ser quebrada por uma personagem sinistra e inimiga de todo o bem.

No entanto, se o Diabo supôs que a obra divina achava-se arruinada para sempre, enganou-se, porque Deus, em seu infinito amor, já havia elaborado, desde a fundação do mundo, o Plano de Salvação para resgatar-nos do pecado.

A Queda de Adão haveria de ser revertida por Jesus Cristo através de sua morte na cruz.

 

1.    A Árvore da Vida e o Seu Significado

A árvore da vida é como é designada na Bíblia uma das árvores que estavam plantadas no Jardim do Éden. O significado da árvore da vida indica a bênção da vida eterna. A narrativa bíblica do livro de Gênesis afirma que a árvore da vida ficava no meio do jardim, juntamente com a árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2:9).

Essas duas árvores não eram as únicas do jardim. Havia ali toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento. Deus deu permissão para que o homem comesse de toda árvore do jardim, com exceção da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2:16,17).

Isso significa que o homem tinha permissão para comer do fruto da árvore da vida. Essa condição também indica a grande importância e o decisivo significado da árvore da vida plantada ao lado da árvore do conhecimento cujo fruto era proibido. A primeira árvore trazia a vida, enquanto a segunda árvore trazia a morte.

A árvore da vida representava a vida em seu sentido mais pleno, em sua potencia mais elevada: a vida eterna! Tendo acesso a essa árvore, o homem tinha a possibilidade de viver para sempre.

Tudo o que o homem precisava fazer era obedecer a Deus. Quando caiu em pecado, o homem perdeu o acesso à árvore da vida. Deus colocou querubins com uma espada flamejante com o objetivo de guardarem o caminho à arvore da vida (Gn 3:23,24). A proibição à arvore da vida foi uma bênção, pois impediu que o homem perpetuasse sua condição pecadora para sempre.

2.    O significado da árvore da vida no livro de Gênesis

O significado da árvore da vida é debatido entre os estudiosos. Alguns defendem que a árvore da vida mencionada no livro de Gênesis deva ser interpretada como literal. Já outros pensam que a árvore da vida deva ser interpretada de forma simbólica.

Mas o texto de Gênesis parece favorecer a interpretação literal da árvore da vida. Os primeiros capítulos do livro de Gênesis narram literalmente a história da criação e da queda do homem. Negar essa verdade gera uma série de problemas na interpretação do restante das Escrituras. Se a história registrada nesses capítulos é literal, então a árvore da vida plantada no centro do jardim também deve ser.

No entanto, apesar de reconhecer a árvore da vida em Gênesis como sendo literal, é preciso entender que seu significado vai muito, além disso. É claro que a árvore da vida também é símbolo da bênção da graça de Deus ao homem que lhe concede a vida eterna ao seu lado.

Na árvore da vida estavam representadas a obediência a Deus e a comunhão eterna com Ele. Por isto a árvore da vida estava plantada ao lado da árvore do conhecimento do bem e do mal. Diante das duas árvores, o homem provou que sua busca é por poder e não por vida.

3.    O significado da árvore da vida no livro do Apocalipse

Nesse mesmo sentido simbólico a árvore da vida também é mencionada no livro do Apocalipse. A carta à igreja em Éfeso registra a seguinte promessa: “Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus” (Ap 2:7).

Já no último capítulo do livro, o apóstolo João descreve que no meio da praça da Nova Jerusalém, de uma e outra margem do rio da água da vida, está “a árvore da vida que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para cura das nações” (Ap 22:2).

Nesse mesmo capítulo há também a exortação de que aqueles que lavam as suas vestes no sangue do Cordeiro são bem-aventurados, pois recebem o direito à árvore da vida (Apocalipse 22:14). Toda essa descrição simbólica feita por João representa a abundância da graça salvadora que flui do trono de Deus e do Cordeiro.

O acesso à comunhão com Deus e sua bênção de vida eterna, foi obstruído com a Queda do homem em Gênesis. Mas através da obra redentora de Cristo a promessa à árvore da vida é renovada e cumprida àqueles que dela comem pela fé (Ap 22:17). Pelos méritos de Cristo o acesso à arvore da vida no paraíso celestial foi restaurado.

 

III.              Os princípios fundamentais da antropologia

1.    A origem do homem

A Bíblia nos expõe as evidências da origem, do propósito e do destino do homem.

A.  Criação Divina. O homem é uma criação especial de Deus. Ele não é o produto do acaso – não “evoluiu” de uma forma inferior qualquer de vida animal. As Escrituras declaram que ele resultou de um ato divino especial (Is 45.11,12; Gn 1.26-28):

a) Deus formou o homem com os próprios elementos da terra e soprou em suas narinas o hálito ou sopro da vida (Gn 2. 7).

b) Ele recebeu uma natureza espiritual semelhante à de Deus, outorgando-lhe uma posição muito acima de todas as outras criaturas.

c) Deus deu-lhe o mandamento divino para governar e subjugar a terra, confirmando a superioridade do homem sobre todas as demais criaturas do mundo (Gn 1.28).

d) Deus o abençoou com a capacidade de multiplicar-se, de tal modo que os homens pudessem povoar o mundo com a raça humana (Gn 1.28; 5.2).

B. Imagem de Deus. O homem foi criado à imagem de Deus, ou seja, semelhante, parecido com Ele (Gn 1.26; 9.6; 1Co 11.7; Tg 3.9]. A semelhança entre Deus e o homem não é uma questão física (pois Deus é espírito) e, sim, uma questão moral e espiritual nos seguintes aspectos:

a) Personalidade. Somos seres pessoais. Temos a capacidade de manter comunhão com Deus e desfrutar de companheirismo com outros seres.

b) Semelhança moral. Temos a capacidade de distinguir entre o que é certo e errado, assim como a liberdade de agir de maneira responsável.

c) Natureza racional. O homem é um ser racional com capacidade intelectual, de raciocinar e conhecer a Deus e a outros seres.

d) Capacidade de governar. O homem tem capacidade de exercer domínio, de controlar as coisas, de domar os animais, de tirar proveito da natureza.

e) Autoconsciência. O homem tem consciência de si mesmo. Desde bem cedo na vida começa a sentir que é um ser à parte de todos os demais membros de sua família. Ele é um indivíduo.

f) Natureza social. A base da natureza social divina consiste em seus afetos, em seu amor (Jo 15.9,12). Buscamos comunhão com Deus, com os nossos semelhantes e organizamos as nossas vidas de acordo com a unidade social básica: a família.

C. Ser especial. Consideremos algumas dessas diferenças entre os homens e as demais criaturas (SI 8.5):

a) O homem possui a capacidade de falar – a notável habilidade de comunicar a seus semelhantes tanto ideias concretas (reais) quanto ideias abstratas (teóricas), e isso de uma maneira dinâmica e criativa.

b) O homem tem a capacidade de apreciar a beleza. Os animais irracionais, entretanto, não parecem ter maior apreciação por um belo jardim, do que têm por um terreno horrivelmente recoberto de espinhos.

c) O homem tem um profundo senso da necessidade de adorar a um Ser superior; mas os animais não têm a capacidade de adorar e nem os meios para exprimir reverência.

d) O homem pode planejar com antecedência, antecipar necessidades futuras e alterar os acontecimentos. Ele deleita-se em criar novos estilos de residência e novas formas de arte.

2. A natureza do homem

 

O homem tem um aspecto material ou físico e um aspecto imaterial ou não-físico.

A.    Aspecto físico.

O corpo humano é o aspecto físico ou material do homem.

As Escrituras falam sobre o corpo humano com bastante frequência, incluindo o corpo na nossa redenção final (Rm 8.23; 1Co 6.12-20). Embora o aspecto não-físico do homem seja mais importante do que o seu lado físico, não devemos pensar que os nossos corpos sejam desprezíveis ou inerentemente maus (Mt 10.28). Os nossos corpos, após a morte, entram em decomposição, mas eles serão ressuscitados quando Jesus voltar (Fp 3.20,21). Os crentes são membros do corpo de Cristo; os seus corpos são “templo do Espírito Santo” (1Co 6.15,19,20). Jesus sempre honrou ao máximo o corpo humano (Lc 2.40). Era necessário que Ele tivesse um corpo físico, a fim de que pudesse ser o nosso Sumo Sacerdote (Hb 2.14,15,17,18).

B.    Aspectos Imateriais.

 É muito difícil descrever as dimensões imateriais do ser humano: alma e espírito. Para muitos, a alma representa todo o nosso aspecto imaterial, ou seja, o espírito e a alma são a mesma coisa. Porém, nós cremos que alma e espírito são dois elementos distintos, separados apenas para efeito didático (Mt 10.28; 1Ts 5.23; Hb 4.12).

Os aspectos da alma são:

a) Intelecto: capacidade para compreender, raciocinar e lembrar.

b) Vontade: capacidade de escolher, de resolver, e de agir.

c) Emocional: capacidade de sentir, de ser afetado por aquilo que a pessoa sabe ou experimenta.

Os aspectos do espírito:

a) Fé: é a necessidade inerente de adorar.

b) Conhecimento do próprio eu, em relação a algum padrão conhecido de certo e errado.

C. Aspectos morais.

 As qualidades racionais de nosso ser imaterial nos equipam para realizar ações na vida, as quais podem estar certas ou erradas, relativamente à lei moral de Deus (At 20.16; 1 Tm 4.2). O nosso intelecto nos permite entender o que está envolvido nas questões do que é certo e do que é errado. As nossas emoções apelam para que nos inclinemos numa direção ou noutra, e a nossa vontade decide, finalmente, a questão. Porém sem o quarto elemento, que é a consciência, não pode haver qualquer ação moral. A nossa consciência pode ser descrita como uma “voz interior”, que aplica a lei moral de Deus a nós, em relação a cursos específicos de ação, levando-nos a obedecer a essa lei.

 

2.    A imortalidade do homem

A.    Morte física.

A palavra morte significa “separação”. A morte espiritual é a separação entre o homem e Deus (Is 59.1,2). A morte física é a separação da parte espiritual do homem do seu corpo. A alma e o espírito, os elementos espirituais, se separam do corpo, a parte terrena. No entanto, a alma e o espírito não desaparecem. O que acontece a uma pessoa, por ocasião da morte física? Há muitas coisas que não sabemos acerca da existência após a morte. Mas a Bíblia ensina que há vida após a morte do corpo. A morte física é aquilo que acontece quando o corpo deixa de funcionar biologicamente. O corpo físico entra em decadência e retorna ao pó, de onde veio (Gn 3.19). No entanto, a parte imaterial do homem, que a Bíblia chama de alma e espírito, continua existindo e volta para Deus (Lc 23.43; 2Co 5.8; Fp 1.22,23).

B.    Razão da morte.

A morte surgiu em consequência do pecado (Rm 5.12). Depois que Adão pecou, ele morreu espiritualmente, de modo imediato, mas a sua morte física somente aconteceu aos 930 anos de idade (Gn 2.17; 5.3). A morte física do homem faz parte da maldição que lhe foi imposta, quando Adão caiu em pecado (Gn 3.19,22). No plano original de Deus, o homem precisava se alimentar da árvore da Vida, o corpo físico seria renovado constantemente pelo seu fruto. Mas, devido ao pecado, Deus proibiu o seu acesso à Árvore da Vida, para que não vivesse para sempre em pecado.

C.     Imortalidade.

 O homem foi criado por Deus como um ser imortal. No caso do crente, ao morrer, ele deixa de existir como um completo ser material/imaterial, mas ele conta com a bendita esperança da segunda vinda de Jesus Cristo. Quando morrem, suas almas vão imediatamente para a presença do Senhor, no Paraíso (Lc 23.39-43). Por ocasião da segunda vinda do Senhor, seus corpos mortais serão ressuscitados e transformados, para que sejam corpos glorificados (1Co 15.50-57). Em contraste, quando morre um pecador impenitente, a sua alma continua em estado de existência consciente, mas em um lugar de intensos sofrimentos chamado hades ou inferno. Recebemos um vislumbre a respeito desse lugar na história que Jesus contou acerca do rico e Lázaro (Lc 16.19-24). No hades, o rico da parábola podia pensar, lembrar, falar e sentir. Também conservou a sua autoconsciência. Depois, no Juízo Final, todos os incrédulos terão de enfrentar o julgamento eterno e os tormentos longe da presença do Senhor (Ap 20.7-10).


IV.              O paraíso no Éden


 Após haver plantado um jardim, no Éden, nele o Senhor colocou o homem que criara (Gn 2.8). Dali, caberia a Adão governar o mundo como o representante de Deus na Terra. Ele tinha como tarefas cultivar a Terra e guardar o jardim.

1. Cultivar a Terra. Adão deveria fazer a cultura da Terra (Gn 2.15). Ele não somente a cultivaria, como dela haveria de criar invenções, utilidades, ciências e artes. Observemos que o Éden localizava-se numa região abundante em ouro (Gn 2.11,12). Ao criar Adão, Deus o dotou de muitas habilidades.

2. Guardar o Éden. Não podemos confundir a inocência de Adão com incapacidade intelectual. Santo no corpo e na alma, nosso pai era sábio e perfeitamente capaz de discernir entre o bem e o mal. Aliás, era mais inteligente que nós. Por isso mesmo, Deus o incumbiu de guardar o Éden, pois teria de enfrentar um inimigo mui astuto e sagaz.

 “O jardim do Éden estava localizado perto da planície aluvial do rio Tigre e do rio Eufrates. Alguns acreditam que estava localizado na região correspondente ao atual sul do Iraque; outros sustentam que não há dados suficientes no relato bíblico.


V.                 A tentação no paraíso


 O Éden era um lugar perfeito. A partir daí, a humanidade poderia multiplicar-se e espalhar-se por todo o planeta, ampliando, em amoroso trabalho, o jardim que Deus plantara. Infelizmente, nossos pais caíram na tentação do Diabo.

1. O agente ativo da tentação. A fim de induzir a raça humana ao pecado, Satanás instrumenta um animal astuto e sagaz, a serpente (Gn 3.1). E, por seu intermédio, dialoga com Eva levando-a à apostasia. Não podemos travar diálogos com o nosso Inimigo, independente do meio que ele usar para nos convencer, pois pecaremos contra Deus.

2. O agente passivo da tentação. Adão era o guardião do Éden. Todavia, não soube como resguardar a esposa, que acabou sendo seduzida pelo Diabo. Iludida, Eva pecou: “E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela” (Gn 3.6). Adão e Eva deixaram-se levar pela concupiscência da carne, pela concupiscência dos olhos e pela soberba da vida (1Jo 3.16). Adão e Eva pecaram de forma voluntária e cônscia. Biblicamente, são os responsáveis pela introdução do pecado no mundo (Rm 5.12).

“A raça humana está ligada a Deus mediante a fé na sua palavra como a verdade absoluta. Satanás, porque sabia disso, procurou destruir a fé que Eva tinha no que Deus dissera, causando dúvidas contra a palavra divina. Satanás insinuou que Deus não estava falando sério no que dissera ao casal. Noutras palavras, a primeira mentira proposta por Satanás foi uma forma de antinominianismo, negando o castigo da morte pelo pecado e apostasia. Um dos pecados capitais da humanidade é a falta de fé na Palavra de Deus. É admitir que, de certo modo, Deus não fala sério sobre o que Ele diz da salvação, da justiça, do pecado, do julgamento e da morte. A mentira mais persistente de Satanás é que o pecado proposital e a rebelião contra Deus, sem arrependimento, não causarão, em absoluto, a separação de Deus e a condenação eterna.

Satanás, desde o princípio da raça humana, tenta os seres humanos a crer que podem ser semelhantes a Deus, inclusive decidindo por conta própria o que é bom e o que é mau. Os seres humanos, na sua tentativa de serem ‘como Deus’, abandonam o Deus onipotente e daí surgem os falsos deuses. O ser humano procura, hoje, obter conhecimento moral e discernimento ético partindo de sua própria mente e desejos, e não da Palavra de Deus. Porém, só Deus tem o direito de determinar aquilo que é bom ou mau” ´

 

VI.              O juízo de Deus

 Satanás enganou, mentiu e prometeu o que nem ele mesmo possuía. O juízo de Deus, portanto, não tardaria a vir sobre a serpente, sobre a mulher e sobre o homem.

1. Sobre a serpente. Devido à sua natureza, a serpente é um tipo perfeito de Satanás: esperta, sagaz e oportunista (Ef 6.11). Agora, ela seria obrigada a comer pó (Gn 3.14). Mesmo no Milênio, quando a natureza dos animais for restaurada, ela não será redimida de sua degradação (Is 65.25).

Em seguida, Deus decreta a inimizade entre a serpente e a mulher, como também a promessa da redenção: “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Apesar da Queda, Eva seria auxiliar de Deus. Veja suas declarações ao dar à luz Caim e Sete (Gn 4.1,25). Séculos mais tarde, Maria haveria de enaltecer o Eterno de Israel por ter sido escolhida como a mãe do Salvador do mundo (Lc 1.46-56).

2. Sobre a mulher. A fim de punir a desobediência de Eva, o Senhor torna-lhe a maternidade estressante e mui dolorosa. Não bastasse, sujeita a mulher ao governo do homem: “Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará” (Gn 3.16; Ef 5.22,23).

Apesar da Queda, não são poucas as filhas de Eva elogiadas por sua incomum virtude e cooperação no Reino de Deus (Pv 31.10-30; 2Jo 1-13). Sara, Débora, Ester, Maria e Priscila são apenas alguns desses belos exemplos.

 

3. Sobre o homem. Deus denuncia Adão como o responsável pela Queda da humanidade. Conforme escreve o apóstolo Paulo, o pecado entrou no mundo não por uma mulher, nem pelo Diabo, mas por intermédio de um homem (Rm 5.12). Por isso, o juízo divino recai com mais dureza sobre o nosso primeiro genitor. E, por causa dele, a Terra faz-se maldita. Por causa de sua desobediência a Deus, os dias de Adão e de seus descendentes seriam mais trabalhosos. Seu sustento seria obtido com um trabalho mais árduo, e teria de conviver com adversidades, e com o fim de sua própria existência: “No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn 3.19). Adão viu, a duras penas, o preço de se desobedecer a Deus e à sua Palavra.

 “Os pecados estão refletidos nas punições, as quais foram aplicadas em partes. A serpente foi amaldiçoada. A serpente posou como supremamente sábia, mas sua maneira de se locomover sempre seria símbolo de tal humilhação. A frase ‘sobre o teu ventre’ não significa que a serpente tinha originalmente pernas e a perdeu no momento em que a maldição foi imposta, mas que seu modo habitual de locomoção tipificava seu castigo. A frase ‘pó comerás’ é idiomaticamente equivalente a ‘tu serás humilhado’ ( Sl 72.9; Is 49.23), onde a frase ‘lamberão o pó’ tem claramente este significado. O castigo envolveria inimizade, hostilidade entre as pessoas. A semente da serpente, que Jesus relaciona aos ímpios (Mt 13.38,39; Jo 8.44), e a semente da mulher, têm ambas sentido fortemente pessoal.

O castigo da mulher seria o oposto do ‘prazer’ que ela procurou no versículo 6. Ela conheceria a dor no parto, que é bem diferente do novo tipo de vida que ela tentou alcançar pela desobediência. Igualmente, a futura ligação do seu desejo ao seu marido era repreensão à sua decisão de buscar independência.

Deus pôs uma maldição diretamente na terra em vez de colocá-la no homem. Adão foi comissionado a trabalhar com a terra, mas não seria por puro prazer”

Deus não foi apanhado de surpresa pela Queda de Adão, pois o Cordeiro, em sua presciência, já havia sido morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8). Nossos primeiros pais, de fato, pecaram, mas Deus prometeu redimir toda a humanidade pelo sangue de Cristo, pois Jesus morreu por todos (Jo 1.29). Na genealogia de Jesus, registrada por Lucas, Adão é chamado de filho de Deus (Lc 3.38). Maravilhosa graça!

Portanto, apesar da aparente vitória do pecado, o Senhor Jesus, o segundo Adão, veio para resgatar-nos das mãos de Satanás: “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1Co 15.22). Somente Jesus Cristo pode-nos resgatar do pecado.

 

VII.           O que a árvore da vida representa

 

1.    O que era a árvore da vida

Realmente, existem centenas e centenas de interpretação sobre a árvore da vida, seria impossível falar de todas as linhas de pensamento sobre o assunto.

A árvore da vida representa muitas coisas, cada região e cultura interpretam ela de uma forma como veremos a seguir, mas podemos definir a representação da árvore da vida sendo como algo que ‘gera vida’.

 

Para cultura judaica, a árvore da vida é também a própria sabedoria, ela pode representar tanto sabedoria como a própria palavra de Deus, ela é a representação de tudo que é bom e divino.

 

2.    A árvore da vida e Jesus

 

Jesus é o pão da vida;

Jesus é a fonte de água viva;

Jesus é o caminho, a verdade e a vida;

Jesus é o rio de águas viva.

Com base nos nomes, podemos notar que a árvore da vida é algo que gerava ‘vida’.

3.    Qual era o fruto da árvore da vida

Este também é um assunto bem discutido, muitas pessoas fazem até ilustrações dizendo que era uma maçã, porém a bíblia não afirma isso.

Provérbios 3:1, 18.

Salomão diz que a lei de Deus (isto é, a palavra) deve ser guardada e depois ele complementa dizendo que é árvore da vida para os que dela tomam.

Com base nesses versículos para os judeus, o fruto da árvore da vida trata-se exatamente da palavra de Deus – da torah!

E temos outro versículo também fazendo menção ao mesmo assunto que Salomão descreve, observe o versículo:

O fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas é sábio – Provérbios 11:30

Então para fechar este tópico, podemos deduzir que o fruto da árvore da vida era algo relacionado a palavra de Deus.

4.    A comparação entre a árvore da vida e a cruz de Jesus

Uma pequena comparação entre a árvore da vida e a cruz de Cristo.

Do mesmo jeito que Adão e Eva se alimentavam do fruto e tinham vida, assim é para todos que se acheguem a cruz de Cristo.

A cruz nos trouxe vida.

5.    A recuperação da árvore da vida no apocalipse

No novo céu e a na nova terra teremos a árvore da vida

No novo céu a e na nova terra teremos também a árvore da vida.

Observe os versículos de Apocalipse, 2:7 e 22 capítulo inteiro.

Adão e Eva comiam da árvore da vida

Esta é outra dúvida muito comum, inclusive já gera muita discussão nos grupos de teologia.

Mas, a resposta é sim, tanto Adão como Eva comiam da árvore da vida, vamos analisar os textos bíblicos.

A ordem de Deus foi para que NÃO COMESSE apenas da ÁRVORE do conhecimento do bem e do mal, e não da árvore da vida.

Porque Deus colocaria esta árvore lá no Jardim, se não fosse para eles comerem?

Essas duas árvores não eram as únicas do jardim. Havia ali toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento. Deus deu permissão para que o homem comesse de toda árvore do jardim, com exceção da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2:16,17).

Observe este outro versículo:

E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente (Gn 2:16)

O texto nos afirma que de toda a árvore eles poderiam comer, exceto da árvore do conhecimento do bem e do mal.

E a bíblia diz que voltaremos a comer do fruto desta árvore, conforme o livro de apocalipse 2 e 22.

Deus colocou querubim para guardar a árvore da vida

Muitas pessoas confundem e acham que Deus colocou os querubins para guardar “o jardim do éden”, porém a bíblia menciona que Deus colocou os querubins para guardar a árvore da vida.

Depois que o homem peca, ele é expulso do jardim do éden, ai sim Deus coloca querubins para guardar o caminho da árvore da vida – pois depois que pecaram, não poderiam comer mais da árvore da vida.

E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida (Gn 3.24)

Depois de Adão e Eva pecarem, eles não puderam mais comer da árvore da vida.

O novo céu e nova terra é uma promessa amplamente ensinada pelas Escrituras. Tal doutrina está presente desde o Antigo Testamento até o Novo Testamento. Naturalmente muitas dúvidas surgem entre os cristãos acerca de como será esse estado futuro e eterno.

Apesar de termos muitas referências bíblicas sobre o novo céu e nova terra, claro que muitos detalhes só serão esclarecidos quando, finalmente, estivermos vivendo neles. Neste estudo bíblico, meditaremos sobre o que a Bíblia nos diz acerca do novo céu e nova terra.

Quando ocorrerá o surgimento do novo céu e nova terra?

Podemos dizer que o estado eterno, com novo céu e nova terra, terá início por ocasião do juízo final. Quando todos forem julgados, os ímpios serão destinados à condenação eterna no lago de fogo, enquanto os santos viverão e reinarão eternamente com Deus, no novo céu e nova terra.

O Apóstolo João descreve esse momento da seguinte forma: “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Ap 21:1).

 

VIII.        Como será criado o novo céu e nova terra?


Esse é um ponto que levanta algumas discussões entre os estudiosos. Primeiro, vale ressaltar que a expressão “novo céu e nova terra” deve ser entendida como contemplando o universo inteiro, ou seja, é uma expressão bíblica para se referir a todo universo.

Sobre as discussões acerca de como se dará a criação do novo céu e nova terra, alguns acreditam que o universo atual será completamente destruído, no sentido de aniquilado, deixando de existir, e então Deus criará novo céu e nova terra, sem continuidade alguma com o universo atual.

Já outros estudiosos defendem que o universo atual não será destruído, mas renovado. Será uma transformação tão profunda que refletirá uma nova criação, mas ainda assim será a continuidade do universo atual.

Há base bíblica suficiente para que não haja qualquer dúvida de que, na verdade, acorrerá uma renovação. Por exemplo: se considerarmos o texto citado acima em Apocalipse 21:1, o termo grego utilizado para descrever o novo céu e nova terra expressa uma ideia de um “novo mundo”, e não de um “outro mundo”.

O mesmo termo também é utilizado em 2 Pedro 3:13, e trata-se do grego kainos que significa algo novo em qualidade. Se fosse algo novo em origem, ou seja, sem qualquer base prévia, o termo grego deveria ser neos.

Na Carta aos Romanos, o Apóstolo Paulo nos diz que “a natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados” (Rm 8:19). Paulo continuou explicando que tal expectativa se dá pelo fato de que a criação será “libertada da escravidão da decadência em que se encontra para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus” (Rm 8:21). Obviamente o apóstolo está dizendo que é a criação atual que será libertada dos efeitos do pecado, e não uma nova criação.

Por fim, também penso que a aniquilação do universo atual poderia representar um tipo de vitória de Satanás, pois ele teria conseguido corromper de maneira irreversível a criação original de Deus, a ponto de precisar ser completamente descartada para que outra criação seja criada.

Portanto, a renovação do universo, além de ser a doutrina bíblica acerca do assunto, também demonstra mais um meio pela qual a soberania de Deus será revelada, quando Ele purificar exatamente a criação que Satanás tentou destruir, removendo todos os efeitos do pecado.

 

1.    Como será o novo céu e nova terra?

Muita gente possui uma ideia completamente equivocada acerca do que será o novo céu e nova terra, imaginando ser um paraíso espiritual. Essa ideia foi difundida principalmente na idade média, onde o paraíso futuro sempre era retratado como um lugar etéreo, entre nuvens, onde as pessoas vestidas de branco ficariam flutuando com harpas nas mãos.

Na verdade, mesmo dentro das igrejas, alguns cristãos também entendem desta forma, talvez por conta de expressões que remetem a ideia de que passaremos a eternidade num tipo de céu em algum lugar no espaço.

 

Primeiro precisamos dizer que hoje, quando um cristão morre, sua alma vai estar com Deus na morada dEle, um lugar de descanso de sua vida terrena, enquanto aguarda a ressurreição de seu corpo.

Porém na eternidade, todos nós teremos corpos ressurretos e glorificados, isto é, não seremos apenas almas. Na verdade, nós podemos dizer seguramente que passaremos a eternidade no céu, desde que entendamos o que será o céu no estado eterno.

A doutrina bíblica é a de que haverá uma nova terra na qual passaremos a eternidade, vivendo em corpos ressurretos e desfrutando das belezas desse mundo transformado para a glória de Deus.

Entretanto, a Bíblia se refere a esse futuro lar como “novo céu e nova terra”, isso porque Deus habitará conosco, ou seja, esse lugar também será a habitação de Deus. Em outras palavras, não existirá nenhuma separação entre o céu (a morada de Deus) e a terra, ou seja, ambos se fundirão, formando então um único lugar.

Logo, a nova terra será o céu, e o céu a nova terra, e nós, habitando a nova terra, também estaremos habitando o novo céu (Ap 21:1-3). Claro que existem mistérios acerca de como tudo isto ocorrerá, mas nossa esperança é de que chegará o dia onde compreenderemos todas estas coisas pessoalmente.

2.    As Referências acerca do novo céu e nova terra

Como já dissemos, existem muitas passagens bíblicas em referência ao novo céu e nova terra, do Antigo ao Novo Testamento. Praticamente em todas elas a descrição desse futuro glorioso é feito de forma figurada, onde uma realidade indescritível à nossa compressão humana é descrita com símbolos que possamos entender na presente era.

Em muitas dessas passagens há também a ocorrência de profecias de dupla referência, isto é, uma única profecia se cumpre em eventos distintos, de modo que algo que já se cumpriu prefigura o cumprimento de algo ainda futuro.

Algumas dessas profecias se referem à restauração do povo de Deus do exílio na antiga dispensação e/ou a vinda do Messias. Logo, muitas profecias já tiveram um cumprimento primário na História do povo hebreu, ou se cumprem na nova dispensação com a Igreja de Cristo, porém elas também apontam para um momento futuro, onde serão plenamente cumpridas.

Devido as diferentes correntes escatológicas e a discussão acerca do Milênio, os cristãos discordam entre si a respeito de quando se dará esse cumprimento futuro.

Uns defendem que tais promessas se cumprirão durante o reino milenar futuro e literal de Cristo na terra (ainda velha terra). Outros defendem que estas promessas encontrarão seu cumprimento no novo céu e nova terra, ou seja, não durarão apenas mil anos, mas perdurarão a eternidade.

Se entendermos que a doutrina bíblica aponta para o novo céu e nova terra como o lugar onde as promessas e os propósitos de Deus serão plenamente cumpridos, então perceberemos que em toda a Escritura esse maravilhoso lugar é mencionado de alguma forma.

Na promessa feita a Abraão (Gn 17:8), por exemplo, Deus lhe garante que entregaria ao patriarca e a sua descendência a terra de Canaã. Podemos dizer que a terra de Canaã foi um tipo de símbolo que apontava para o futuro sobre a nova terra que está ainda por vir.

Isso é o que o escritor da Epístola aos Hebreus entendeu quando escreveu que Abraão “pela fé peregrinou na terra prometida como se estivesse em terra estranha; viveu em tendas, bem como Isaque e Jacó, co-herdeiros da mesma promessa. Pois ele esperava a cidade que tem alicerces, cujo arquiteto e edificador é Deus” (Hb 11:9,10).

Sobre essa “cidade que tem alicerces” a qual eles esperavam, o mesmo capítulo 11 nos mostra que não se tratava de uma cidade terrena da presente era, mas uma cidade celestial que se encontrará na nova terra. Logo, eles entendiam que a promessa de Deus transcendia a Canaã terrena, e buscavam uma pátria, isto é, a “pátria celestial“, uma cidade a qual Deus lhes preparou (Hb 11:16;  Jo 14:2).

Quando consideramos a promessa feita em Gênesis 17:8, e a interpretamos à luz de passagens neotestamentárias como essa de Hebreus juntamente com Mateus 5:5, Romanos 4:13 e Gálatas 17:8, entendemos que também somos herdeiros da promessa acerca do novo céu e nova terra, pois em Cristo somos descendência de Abraão.

No Antigo Testamento, as passagens mais conhecidas e explicitas que descrevem o novo céu e nova terra estão no livro do Profeta Isaías (caps. 65:17-65; 66:22,23). Já no Novo Testamento, existem muitas referências que remetem ao estado eterno, mas certamente as referências de Romanos 8:21-23; 2 Pedro 3:13 e Apocalipse 21-22 são as principais acerca do novo céu e nova terra.

Considerando todas estas referências, podemos claramente entender que o novo céu e nova terra será um lugar glorioso, com uma paz sem igual, toda a criação estará restaurada e livre da maldição do pecado, onde haverá abundância de recursos que estarão à disposição de seus habitantes, não existira mais a morte, a tristeza e a dor, será um lugar marcado pela justiça e, principalmente, será a eterna habitação de Deus com Seu povo.

3.    Como viveremos no novo céu e nova terra?

Bem, como já vimos, não devemos imaginar nossas vidas na nova terra de forma “espiritualizada”, flutuando entre nuvens e cantando durante toda a eternidade num coral. Geralmente sobre essa questão, as pessoas costumam ter dúvidas bem específicas.

Alunos já me perguntaram coisas bem curiosas, como por exemplo, se haverá esportes, tecnologia (incluindo a internet), e se haverá alimentação. Ora, para dúvidas tão específicas precisaremos esperar o grande dia em que teremos todas as respostas, pois a Bíblia não nos esclarece nada acerca disso.

Todavia, a Bíblia (com principal ênfase no capítulo 21 do Apocalipse) nos fala sobre o que realmente importa sabermos em relação a nossa vida futura. A Igreja de Cristo reinará durante toda a eternidade com Deus, ou seja, na nova terra nós desfrutaremos de comunhão eterna com Deus. Certamente esse é o aspecto mais maravilhoso da nossa vida futura.

Como já dissemos, na nova terra não haverá mais lágrimas e sofrimento e a morte não será mais encontrada. Todas essas coisas já serão passadas. Na nova terra também estaremos unidos com todo o povo Deus, juntos, numa única família.

Lá poderemos conviver durante toda a eternidade com nossos amigos e entes queridos que partiram no Senhor, como também com grandes homens de Deus a quem conhecemos apenas de ouvir falar, como Noé, Abraão, Moisés, Isaías, Paulo, Pedro, João e tantos outros.

Na nova terra nós teremos ocupações. Em Apocalipse 22:3 somos informados de que os servos de Deus o servirão. Lá descansaremos, mas não seremos ociosos, repousaremos de nossas fadigas, mas não do nosso serviço. Porém, será um trabalho glorioso e prazeroso, pois serviremos o nosso Senhor.

Ainda no texto do livro do Apocalipse, lemos que na eternidade contemplaremos a face de Deus (Ap 22:4). Com certeza esse é ponto alto da descrição da nossa vida futura. Poderemos ver o nosso Senhor exatamente como Ele é (1 Jo 3:2).

Aqui vale ressaltar que nossa vida na nova terra será essencialmente diferente e infinitamente superior ao que foi com Adão no Éden. Antes da Queda, sabemos que Deus descia à terra para conversar com Adão na viração do dia.

Obviamente isso já era maravilhoso, mas perceba que ainda existia uma distância, pois Deus descia em alguns momentos. Os estudiosos entendem que possivelmente essa manifestação de Deus era sob forma humana. Mas no novo céu e nova terra não haverá qualquer distância, Deus não nos visitará em determinados momentos, mas habitará conosco para todo o sempre.

Além de servirmos a Deus, no novo céu e nova terra também reinaremos com Ele pelos séculos dos séculos (Ap 22:5). Seremos servos e reis. Devemos nos lembrar que não merecemos nenhuma destas coisas, tudo isso é graça.

Outro aspecto interessante que a Bíblia nos esclarece é que, em corpos ressurretos vivendo na nova terra, os santos não mais se casaram. Pelo menos nesse ponto específico seremos como os anjos (Mt 22:30). Logo, também não haverá mais nascimentos, pois como a morte não existirá também não haverá mais a necessidade de reprodução.

Qual será o papel dos anjos no novo céu e nova terra? Como eles se relacionarão com a Igreja?

Falando nos anjos, muitas pessoas também se perguntam sobre como será o papel dos anjos no novo céu e nova terra, e como será o nosso relacionamento com eles. Na verdade a Bíblia não fala nada a respeito deste assunto.

Todavia, ao que parece a relação entre os anjos e os redimidos permanecerá como é atualmente. Os anjos são “espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação” (Hb 1:14).

Considerando algumas passagens bíblicas que podem servir de base para esclarecer um pouco essa questão, creio que não há dúvidas de que os santos permanecerão sempre mais exaltados do que os anjos (1Co 6:3; Ap 5:11). Seja como for, é certo que o relacionamento entre os anjos e a Igreja será de terna união, e juntos adorarão ao Deus Todo-Poderoso por toda a eternidade.

4.    Como será o nosso corpo no novo céu e nova terra?

Também não temos todos os detalhes acerca disto, mas com certeza o texto do Apóstolo Paulo aos irmãos de Corinto é bem esclarecedor nesse sentido (1Co 15:50-54). É preciso notar que o texto não explica a composição física do corpo ressurreto, apenas enfatiza que seremos imortais e incorruptíveis, ou seja, não haverá mais nada que nos debilite.

Em sua Epístola aos Filipenses, o mesmo apóstolo nos ensina que o corpo ressurreto será semelhante ao corpo glorioso de Cristo ressuscitado (Fp 3:21).

A minha oração a Deus, é no sentido que você poder negar e renunciar a tudo deste mundo, para recuperar de maneira definitiva à luz da eternidade, não apenas o caminho, mas ao permanente acesso à árvore da vida aonde estaremos para sempre com o Senhor!