terça-feira, 19 de julho de 2022

As sete diferenças entre a antiga e a nova aliança

 Por: Jânio Santos de Oliveira

  Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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  Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com





 Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!         



Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro de Jeremias 31.31-34 ;Hebreus 8.1-10  que nos diz:



 Jeremias 31.31-34

 

Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá.

Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.

Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.

E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.

 Hebreus 8.1-10 

 1 — Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade,

2 — ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem.

3 — Porque todo sumo sacerdote é constituído para oferecer dons e sacrifícios; pelo que era necessário que este também tivesse alguma coisa que oferecer.

4 — Ora, se ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei,

5 — os quais servem de exemplar e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que, no monte, se te mostrou.

6 — Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas.

7 — Porque, se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo.

8 — Porque, repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com a casa de Israel e com a casa de Judá estabelecerei um novo concerto,

9 — não segundo o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; como não permaneceram naquele meu concerto, eu para eles não atentei, diz o Senhor.

 

10 — Porque este é o concerto que, depois daqueles dias, farei com a casa de Israel, diz o Senhor: porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo.


Conhecer a estrutura da Bíblia é importante para manejá-la bem. Memorizar as Escrituras e amá-las não são opções excludentes. Muito pelo contrário, os antigos decoravam as Escrituras porque a amavam. Inclusive, a etimologia da palavra “decorar” tem como fonte a palavra “coração”. Por isso, a importância de conhecer a estrutura do livro que amamos. Quem ama a Bíblia procura manejá-la muito bem.

Neste estudo estaremos conhecendo melhor a estrutura da Bíblia e a superioridade da Nova Aliança.

 

I.                   A importância da Nova Aliança.

 

E ninguém mais ensinará ao seu próximo, e todo seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; porque todos me conhecerão, dos menores aos maiores, diz Jeová; porque perdoarei seus pecados e suas iniquidades não me lembrarei mais.

 

 Aqui é mencionada outra diferença entre a antiga e a nova aliança, mesmo que Deus, que havia se manifestado obscuramente sob a lei, emitia uma luz mais completa, para que o conhecimento dele fosse comumente desfrutado. Mas ele exalta hiperbolicamente esse favor, quando diz que ninguém precisaria de um professor ou instrutor, pois cada um teria conhecimento suficiente. Portanto, consideramos que o objetivo do Profeta é principalmente mostrar que tão grande seria a luz do Evangelho, que seria claramente evidente que Deus debaixo dele lida mais abundantemente com seu povo, porque sua verdade brilha como a sol ao meio dia. A mesma coisa que Isaías promete, quando ele diz que todos se tornariam discípulos de Deus. ( Is 54:13 ) Esse era realmente o caso também da lei, embora Deus tenha dado apenas um gostinho da doutrina celestial: mas na vinda de Cristo ele revelou os tesouros da sabedoria e do conhecimento, de modo que, sob o Evangelho, há a perfeição do que havia sido iniciado; pois sabemos que os povos antigos eram como crianças e, portanto, Deus os mantinha nos rudimentos do conhecimento: agora, quando crescemos, ele nos favorece com uma doutrina mais completa, e ele chega, por assim dizer, mais perto de nós.

 

Por isso, ele diz: ninguém mais ensinará a seu próximo, e um homem a seu irmão. Eu disse que o Profeta aqui amplia o favor de Deus. Mas descobrimos que alguns fanáticos abusaram de maneira ignorante e tola dessa passagem, procurando abater ensinamentos de todo tipo, como os anabatistas de nossos dias, que rejeitam todos os ensinamentos; e lisonjeando-se por sua ignorância, eles se gabam orgulhosamente de serem dotados do Espírito, e dizem que a desonra é feita a Cristo, se ainda somos discípulos, porque está escrita como um dos louvores e elogios dados à nova aliança. , que ninguém mais ensinará a seu próximo. E, portanto, também aconteceu que eles estão embriagados com doutrinas estranhas e horríveis: pois o diabo, quando fica inchado com tanto orgulho, pode fasciná-lo e iludi-lo como bem entender; e seu próprio orgulho também os leva a se desviar, para que inventem sonhos; e muitos homens sem princípios afastaram essa passagem para servir a seus próprios propósitos. Pois quando se gabam de serem profetas e persuadem os simples que são, mantêm muitos apegados a si mesmos e obtêm lucro com esse tipo de jactância.

 

Mas o Profeta aqui não significa inspiração, nem exclui a prática de ensinar. 

Ele apenas nos mostra o brilho superior da luz do evangelho, pois Deus, sob a Lei, não ensinou tão perfeitamente ao seu povo como ele nos ensina hoje.

 E, portanto, é esse ditado de Cristo, Bem-aventurados os olhos que veem as coisas que vedes e os ouvidos que ouvem as coisas que ouvistes; para muitos reis e profetas “, ( Lc 10:23 )

 

Cristo, então, é o melhor intérprete desta passagem, mesmo que Deus faça com que a verdade brilhe mais completamente sob o Evangelho; e, portanto, Cristo é chamado por Malaquias,“O sol da justiça” ( Ml 4: 2 ).

 

O Profeta sugere que os Pais realmente tinham alguma luz, mas não a que temos. Em resumo, devemos ter em mente a comparação, cuja menção foi feita ontem, mesmo que Deus tenha mantido seu povo em suspense com a esperança de um estado melhor.

 

E para que não procuremos mais uma explicação, pesemos cuidadosamente as palavras; pois não se diz simplesmente e sem exceção: “Ninguém ensinará ao próximo”, mas é acrescentado: “Dizendo: Conheceis a Jeová”. Portanto, vemos que o Profeta promete conhecimento, para que eles não sejam mais alfabetizados; por estas palavras: “Conheceis a Jeová”, apontam os primeiros elementos da fé, ou da doutrina celestial. E, sem dúvida, se considerarmos quão grande foi a ignorância dos povos antigos, eles estavam apenas nos elementos. Aquele que hoje é o menor entre os fiéis, até agora avançou, que sabe muito mais claramente o que se refere principalmente à salvação do que aqueles que eram os mais instruídos na época. O significado então é que todo o povo escolhido de Deus seria tão dotado com o dom do conhecimento que não mais continuaria nos primeiros elementos.

 

Agora, se alguém insistentemente insistisse nessa cláusula, seria correto colocar diante de si uma passagem em Isaías, pois ele certamente fala do reino de Cristo, quando diz:

 

“Agarre cada um à mão do próximo e diga: Vinde, subamos ao monte do Senhor, e ele nos ensinará os seus caminhos” (Is 2.3 )

 

Agora, vamos reconciliar essas duas profecias. O objetivo de ambos é apresentar o favor de Deus, manifestado por Cristo em sua vinda. A única passagem diz: “Ninguém ensinará ao próximo”; e o outro: “Agarre cada um à mão do próximo e diga: Vamos subir ao monte, para que Jeová possa nos ensinar.” Agora, a maneira de reconciliá-los é esta: – diz Jeremias, que o povo não seria tão ignorante sob a nova aliança que precisaria dos primeiros princípios da verdade; mas que Isaías diz que cada um se apossaria da mão do próximo, para que se ajudassem mutuamente, a fim de alcançar o conhecimento da lei de Deus. A questão está assim resolvida; e, ao mesmo tempo, vemos quão notável é o benefício com o qual Deus favorece seu povo, pois assim ele se torna familiar a eles.

 

Ele diz: Todos me conhecerão, do menor ao maior. Ele não significa que o conhecimento estaria em todos em igual medida. De fato, a experiência prova que isso é falso; e ainda sabemos que Deus testificou desde o princípio, como Paulo também nos lembra ( Rm 12: 2 ) que a medida de seus dons está de acordo com seu bom prazer. Mas o Profeta quer dizer que aqueles que são os menores ou os mais baixos do povo de Deus devem receber tanta luz do conhecimento que serão quase como professores. Com o mesmo propósito é a profecia de Joel,

 

“Profetize seus filhos, suas filhas terão visões e seus velhos sonharão sonhos. ” ( Jl 2.28 )

 

Ele promete que haverá profetas e mestres em toda parte, porque a graça de Deus seria naquele dia mais abundante; e essas coisas devem sempre ser entendidas comparativamente. Embora, então, muitos agora sejam ignorantes entre os filhos de Deus e entre aqueles que realmente são do número de fiéis, ainda que se considerarmos quão grande foi a obscuridade da Lei, aqueles que hoje são os menos entre os discípulos, não são senão profetas e mestres. E por essa razão, Cristo diz:

Aquele que é menos no reino dos céus, é maior que João Batista que ainda era superior a todos os profetas. (Mt 11.11) João Batista foi, em seu escritório, exaltado acima de todos os Profetas, e ele os superou em conhecimento; e, no entanto, o menor número daqueles que professavam o Evangelho e prestavam testemunho dele era maior, diz Cristo, do que João Batista. E isso não deve ser aplicado somente a eles individualmente, nem confinado a eles, mas sim à doutrina clara e clara que o Evangelho transmite, de acordo com a passagem citada ontem, onde Paulo diz que agora não há véu intervindo, mas que temos permissão para ver Deus, por assim dizer, cara a cara na pessoa de Cristo (2 Co 3:18).

 

Segue-se: Pois perdoo bem seus pecados, e suas iniquidades não me lembrarei mais. O Profeta, sem dúvida, mostra aqui o fundamento da bondade de Deus, mesmo que ele receberia o povo em favor, não lhes imputando seus pecados. Se, então, buscarmos a origem da nova aliança, é a livre remissão de pecados, porque Deus se reconcilia com seu povo. E concluímos, portanto, que não há outra causa que possamos imaginar, por que Deus apareceu em seu Filho unigênito e manifestou uma recompensa tão grande: pois o Profeta aqui reduz a nada toda a glória da carne e se prostra. todos os méritos, quando ele diz, que Deus seria tão generoso com o seu povo que se tornasse propício a eles, livremente para remeter seus pecados e não se lembrar de suas iniquidades. Essa passagem, portanto, não pode ser tomada adequadamente como se referindo à remissão perpétua dos pecados, embora isso ele tenha incluído na doutrina geral; mas devemos ter em mente o desígnio do Profeta, que era mostrar que Deus desde o princípio, em relação à sua Igreja, foi movido por nenhuma outra causa senão o desejo de abolir pecados.

 

O Apóstolo, na Epístola aos Hebreus, dá uma interpretação mais refinada dessa passagem, pois ele se dedica à palavra mais, ele diz que, sob o Novo Testamento, Deus perdoa as iniquidades, porque a expiação foi feita, de modo que não há mais necessidade de sacrifícios. Pois ele assume a ideia oposta de que Deus se lembrou das iniquidades até fazer a nova aliança. Se ele se lembrou dos pecados, diz ele, até fazer uma nova aliança, não é de admirar que ele exigisse sacrifício diário para propiciá-lo: mas agora, sob o Novo Testamento, ele não se lembra mais deles. Então os sacrifícios cessam, porque agora não há necessidade de satisfação quando os pecados são perdoados. Ele conclui que somos tão expiados pelo sangue de Cristo e tão reconciliados com Deus que a confiança em nossa salvação deve nos dar um descanso inteiro. Mas devemos ter em mente o que eu disse, que o Profeta aqui expressamente, e em primeiro lugar, fala do começo da misericórdia e graça que Deus promete; ele, portanto, declara que Deus seria tão gentil e gracioso para não se lembrar de iniquidades.

 

Então o apóstolo não torce as palavras do profeta; mas, ao elogiar a nova aliança, que seria mais excelente que a Lei, conclui, portanto, que não é de admirar que as cerimônias não fossem continuar, mas por um tempo. Pois ele assume esse princípio, que uma nova aliança deveria suceder à antiga: então alguma mudança seria necessariamente. Ele também assume que a nova aliança era oposta à antiga e que a antiga estava sujeita à destruição. Os judeus não podiam suportar nenhuma mudança nos tipos, pois eles teriam que permanecer os mesmos. Mas o apóstolo diz que não é de estranhar que algo decaia; pois Deus, ele diz, certamente sem razão chama a aliança antiga que ele fez por Moisés; nem sempre continuará válido. (Hb 8:13) Como é assim, não pode ser inconsistente com a verdade e a fidelidade de Deus, que as cerimônias cessem quanto ao seu uso, enquanto a própria Lei permaneceu inalterada. Vimos agora que o apóstolo interpretou fielmente o desígnio do Profeta, acomodando seu testemunho à revogação de cerimônias.

 

Porém, como tenho que explicar apenas as palavras do Profeta, não há necessidade de falar mais sobre a diferença entre o Antigo e o Novo Testamento, ou seja, em que particularidades elas diferem; pois o Antigo e o Novo Testamento diferem também em outras coisas. Mas o Profeta, como eu disse, achou suficiente abordar esse ponto – que algo melhor deveria ser esperado na vinda de Cristo do que o que os Pais de todas as épocas haviam encontrado. E assim, como eu disse, ele procurou aliviar a tristeza dos fiéis, a quem Deus exercia com duras provações antes de Cristo se manifestar na carne.

 

Além disso, a lei e o evangelho formam um contraste como Moisés e Cristo. Então o Novo Testamento é mais excelente que a Lei, como Cristo supera Moisés. Mas devemos chegar a uma passagem em João, para que possamos entender melhor por que o Profeta diz que a graça da nova aliança seria diferente daquela da antiga. João diz:

 

“A lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade veio por Jesus Cristo. ” ( Jo 1:17 )

 

João parece não deixar nada para a lei, a não ser uma sombra evanescente. Pois se Cristo apenas trouxe a verdade para nós, então não havia verdade na Lei, e não havia graça na Lei; mas isso parece exprimir uma censura à lei. Agora, essa pergunta foi parcialmente respondida ontem. Mas, como desejo terminar esta passagem, observe brevemente que, sempre que a Lei for extenuada, é apenas para que o benefício de Cristo seja estabelecido, para que possamos saber quão inestimável é a misericórdia de Deus, que aparece em sua vida. Filho unigênito.

 

Se Moisés fosse considerado, e não oposto a Cristo, ele era o arauto e testemunha da bondade paterna de Deus para com seu povo; sua doutrina também continha promessas de uma salvação livre e abriu aos fiéis a porta de acesso a Deus. Mas se Moisés for posto em oposição a Cristo, ele se torna o ministro da morte, e sua doutrina leva à destruição; pois a carta, como Paulo em 2 Coríntios 3: 6 , chama, mata, – como assim? Porque todo aquele que está apegado a Moisés parte de Cristo; e somente Cristo possui em si a plenitude de todas as bênçãos. Segue-se, então, que nada permanece em Moisés quando considerado em si mesmo. Mas Deus prometeu salvação ao seu povo antigo, e também regenerou os escolhidos e os iluminou pelo seu Espírito. Isso ele não fez tão livre e extensivamente como agora. Como a graça de Deus é hoje em dia mais abundante, é justamente exaltada por todos os Profetas; e então, como eu já disse, tudo o que Deus naquela época conferia era adventício, pois todos esses benefícios dependiam de Cristo e da promulgação do Evangelho. Vamos agora prosseguir, –

 

E não ensinarão mais a ninguém a seu próximo, nem a seu irmão, dizendo: “Conheceis a Jeová;” Pois todos eles me conhecerão: dos menores até os maiores, diz o Senhor.

 

 

II.                A Estrutura da Bíblia.

 

Lucas 24.44-49.

44 – E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.

45 – Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.

46 – E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos;

47 – E, em seu nome, se pregasse o ar­rependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.

48 – E destas coisas sois vós testemunhas.

49 – E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai: ficai, porém, na cidade de

Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.

 

 A Bíblia Sagrada foi escrita majoritariamente em hebraico e grego, em um período aproximado de 1.600 anos, por cerca de 40 homens, e se estrutura em Antigo e Novo Testamentos. Seus livros são divinamente inspirados e formam o cânon bíblico. Nesta lição, veremos como a Bíblia está organizada, a classificação de seus livros, a canonicidade e as particularidades dos Testamentos.

 

 

1 . Como a bíblia está organizada

A. Definição do termo Bíblia. A palavra “Bíblia” tem origem tanto no vocá­bulo grego como no latim. O termo grego biblos significa “ livro” e tem conotação de qualidade sagrada. A palavra bíblia no latim é um substantivo feminino singular que igualmente exprime a ideia de “ livro”. Por volta do ano 150 d.C., os cristãos passaram a usar o termo em grego a bíblia (os livros) para referir-se ao conjunto de livros inspirados por Deus. O Dicionário Bíblico Wycliffe explica que o singular bíblia em latim revela uma unidade de pensamento e uma pureza. Por isso, a coleção dos livros sagrados forma um único livro: a Bíblia Sagrada, chamada também por Paulo de “as Santas Escrituras” (Rm 1.2).

 

B . O Cânon da Bíblia. A expressão “ cânon” procede do hebraico qãneh com o sentido de “ vara de medir”. O termo correspondente em grego é kanõn que significa “ régua” . Desse modo, na teologia o vocábulo “cânon” é empregado como “ norma” de avaliação para identificar os livros sagrados. Em vista disso, o termo “canônico” passou a designar os 66 livros aceitos como divinamente inspirados ­(39 livros no A.T., e 27 no N.T.). Isso quer dizer que o Espírito Santo guiou o seu povo a reconhecer a autoridade desses escritos como regra de fé e prática. Nesse sentido, o cânon bíblico está completo. Nada pode ser acrescentado ou retirado das Escrituras canônicas (Ap 22.18,19).

 

C. Os dois Testamentos bíblicos. O termo “ testamento” vem do latim testamentum que é tradução da palavra grega diatheke e da hebraica berith. Ambos os termos tem o sentido de “aliança”, “ pacto” ou “concerto” de Deus com a humanidade. A expressão “Antigo Testamento” foi inaugurada por Paulo (2 Co 3.14) e refere-se aos livros dos judeus reconhecidos por Jesus como “ as Escrituras” (Mt 22.29), “ a Lei, os Profetas e os Salmos” (Lc 24.44). O termo “ Novo Testamento” foi usado para se referir ao cumprimento profético de Jesus como o Mediador da Nova Aliança (Jr 31.31; 1 Co 11.25, Hb 8.6-13; 12.24). Essa expressão também passou a designar os escritos inspirados dos cristãos igualmente reconhecidos como “ as Escrituras” (2 Pe 3.15,16).

 

 

 “Alguns Fatos e Particularidades da Bíblia

Antes, a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos. A divisão em capítulos foi feita no ano de 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras. A divisão em versículos foi feita duas vezes. O AT em 1445, pelo Rabi Nathan; o NT em 1551, por Robert Stevens, um impressor em Paris. Stevens publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos e versículos em 1555 – O AT tem 929 capítulos e 23.214 versículos. O NT tem 260 capítulos e 7.959 versículos. A Bíblia toda tem 1.189 capítulos e 31.173 versículos. O nú­mero de palavras e letras depende do idioma e da versão. O maior capítulo é o Salmo 119, e o menor o Salmo 117. O maior versículo está em Ester 8.9; o menor, em Êxodo 20.30. (Isso, nas versões portuguesas e com exceção da chamada ‘Tradução Brasileira ’, onde o menor é Lucas 20.30). Em certas línguas, o menor é João 11.35. Os livros de Ester e Cantares não contêm a palavra Deus, porém a presença de Deus é evidente nos fatos neles desenrolados, mormente em Ester. Há na Bíblia 8.000 menções de Deus sob vários nomes divinos, e 177 menções do Diabo, sob seus vários nomes”

2.   O Antigo Testamento

A. Os Livros do Antigo Testamento. A classificação dos livros do Antigo Testamento, tal qual a conhecemos hoje, se divide nos seguintes grupos:

a) Pentateuco (Lei): constituído por 5 livros de Gênesis a Deuteronômio;

b) Históricos: formado por 12 livros de Josué a Ester;

c) Poéticos: composto de 5 livros de Jó a Cantares de Salomão; e,

d) Proféticos, que se subdividem em Profetas Maiores com 5 livros de Isaías a Daniel; e, Profetas Menores com 12 livros de Oséias a Malaquias.

A divisão utilizada pelos judeus era tripartida:

a) a Lei,

b) os Profetas, e,

c) os Salmos ou Escritos (Lc 24.44).

Apesar de a cultura judaica fazer uma categorização diferente, o conjunto do Antigo Testamento soma os mesmos 39 livros divinamente inspirados, tanto para os judeus como para os cristãos.

 

B. Canonicidade do Antigo Testa­mento. Existem três fatores basilares na avaliação de um livro canônico, a saber:

a) a inspiração divina, que atesta-se o livro é inspirado pelo Espírito Santo (Ne 9.30; Zc 7.12; 2 Pe 1.21);

b) reconhe­cimento do povo de Deus, que atesta se o livro era aceito como autêntico por seus primeiros leitores (Êx 24.3,7; Dn 9.2); e

c) preservação pelo povo de Deus, que atesta se o livro era conservado como Palavra de Deus (Dt 31.24-26; Dn 9.2).

Por conseguinte, a confirmação desses elementos revela que, desde o início, os livros do Antigo Testamento foram recebidos e guardados como inspirados e autorizados por Deus, dotados de veracidade e de autoridade (Jz 3.4).

 

C. Particularidades do Antigo Testamento. Quase a totalidade dos livros foram escritos em hebraico, chamado na Bíblia de língua de Canaã (Is 19.18). Algumas porções foram inscritas em aramaico, uma espécie de dialeto que deu origem à língua árabe ( Gn 31-47; Ed 4.7-6.8; 7.12-26; Dn 2.4 -7.28; Jr 10.11). O último livro canônico foi o do profeta Malaquias que o concluiu antes do ano 430 a.C.; desde então, nada mais pode ser acrescido ao cânon do Antigo Testamento . E, conforme o teólogo Norman Geisler, para facilitar a tarefa de citar a Bíblia, em 1.227 d.C. o texto foi dividido em capítulos, e, por volta de 1.445 d.C., o Antigo Testamento foi dividido em versículos.

 

3. O Novo Testamento

A. Os livros do Novo Testamento. Es­ses livros foram reconhecidos pela Igreja após a morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo e estão classificadas em quatro grupos principais:

a) Evangelhos, que são os 4 livros de Mateus, Marcos, Lucas e João;

b) Histórico, formado pelo livro de Atos dos Apóstolos;

c) Epístolas, que se subdivide em Epístolas Paulinas com 13 cartas de Romanos a Filemom; as Epístolas Gerais com 8 cartas de Hebreus a Judas; e

d) Revelação, constituída pelo livro de Apocalipse.

O conjunto totaliza 27 livros inspirados e autorizados que são chamados de canônicos (1 Co 2.4,13).

 

B. Canonicidade do Novo Testamento. Os critérios de avaliação do Novo Testamento são iguais aos que determinam o cânon do Antigo, isto é, a inspiração, o reconhecimento e a preservação dos livros como Palavra de Deus. Nesse sentido, a Bíblia oferece indiscutíveis provas de inspiração do Novo Testamento (l Ts 2.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). Quanto ao reconhecimento dos livros como fidedignos, desde o início os escritos falsos foram refutados pela Igreja (2 Ts 2.15; 2 Pe 2.1; 1 Jo 4.1). Em relação à conservação das Escrituras, os primeiros cristãos adotaram a prática de leitura dos livros autorizados em suas reuniões e cultos (1 Ts 5.27; Cl 4.16; Ap 1.3). Mediante tais fatos, atesta-se que desde o começo a Igreja Primitiva reconheceu e preservou os livros canô­nicos, alicerçada sobre o fundamento dos Apóstolos e dos Profetas (Ef 2.20).

 

C. Particularidades do Novo testamento. Todos os livros do Novo Testamento foram escritos em grego koiné, um dialeto com um e presente por toda a cultura de fala grega, e que muito auxiliou na propagação do Evan­gelho nos primórdios do Cristianismo (At 19.10). Algum as expressões, mesmo redigidas no vernáculo grego, possuem significado em aramaico, dentre elas, citamos: Talita cumi – “Menina, levan­ta -te ” (Mc 5.41); Aba Pai – “ Lit.: Pai, pai; ‘Meu Pai’ ” (Mc 14.36); Eloí, Eloí, lamá sabactâni? – “ Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” (Mc 15.34). O conjunto dos livros canônicos foi escrito antes do término do século I. O último livro é o Apocalipse de João datado por volta do ano 96 d.C. e desde o encerramento do cânon, os cristãos reconhecem apenas os 27 livros como inspirados. Por fim , em torno de 1.555 d.C., 0 Novo Testamento também foi dividido em versículos.

 

Os livros inspirados que integram o cânon do Novo Testamento são classificados como “ Evangelhos, Histórico, Epístolas e Revelação”.

A Bíblia fornece exemplos de ensino individual, em grupo pequeno ou em grupo grande. Ela apresenta várias formas de palestras, sermões, aná­lises e metodologias de perguntas e respostas. O ensino da Bíblia ocorre muitas vezes durante as refeições, em viagens de carro, ônibus, avião, em ambientes institucionais e em festas. Os que ensinam têm de estar preparados com a Palavra de Deus na ponta da língua em todas as circunstâncias. O ensino eficaz requer o domínio de um campo temático, aprimora das habilidades de apresentação, preocupação relacionada e o profundo desejo de ver os resultados do ensino dentro e fora de sala de aula. O caminho para dominar as lições de Deus é permanecer alegremente em Jesus, assim como João permaneceu; é almejar e m editar na Bíblia dia e noite, assim como Davi fez (Sl 67; 73; 119; 145); é receber humildemente a correção de Deus, assim como Moisés Recebeu (Dt 32- 33) e seguiu Jesus suficientemente de perto para ser coberto por seu sangue, assim como Simão de Cirene seguiu (Lc 23.26)”.

O conjunto dos 66 livros formam um único livro: a Bíblia Sagrada. Esses livros constituem o cânon bíblico do Antigo e do Novo Testamento. Os cri­térios para avaliação da canonicidade são a inspiração, o reconhecimento e a preservação dos livros como Palavra de Deus. A comprovação desses critérios revela que as Escrituras foram aceitas e preservadas como livros autorizados por Deus.

 

III.       As 7 diferenças entre a antiga e a nova aliança (Hb 8.7-13)


Neste texto encontramos sete diferenças entre a antiga e a nova

aliança. 

Assim diz a Escritura Sagrada:

(V. 7) O velho acordo não deu resultado nenhum. Se tivesse dado,

não teria havido nenhuma necessidade de um outro para

substituí-lo.

(V. 8) O próprio Deus encontrou defeito no antigo, pois disse: "Dia

virá quando farei um novo acordo com o povo de Israel e o povo

de Judá.

(V.9) Este novo acordo não será como o antigo que Eu dei aos pais

deles no dia em que os tomei pela mão a fim de levá-los para

fora da terra do Egito; Eles não cumpriram a sua parte naquele

acordo, e, por isso Eu tive de revogá-lo.

(V.10) Porém, este é o novo acordo que Eu farei com o povo de

Israel, diz o Senhor: escreverei minhas leis em suas mentes, a fim de que eles saibam o que Eu quero que façam sem precisar dizer-lhes, e estas leis estarão em seus corações para que eles desejem obedecê-las. Serei o Deus deles e eles serão o meu povo.

(V. 11) E então ninguém precisará falar ao seu amigo, ou ao seu vizinho, ou ao seu irmão, dizendo: 'Você também precisa conhecer o Senhor', pois todos, grandes e pequenos, já me conhecerão.

(V. 12) E Eu terei misericórdia deles e suas más obras, e não me lembrarei mais dos seus pecados".

(V. 13) Deus fala destas novas promessas, deste novo acordo, como tomando o lugar do antigo; porque este agora está antiquado e foi posto de lado para sempre.

As sete diferenças entre a antiga e a nova aliança:

 1. A antiga aliança tinha defeitos.

(V. 7) O velho acordo não deu resultado nenhum. Se tivesse dado, não teria havido nenhuma necessidade de um outro para substituí-lo.

Nesse verso temos uma sequência do primeiro parágrafo do capítulo, e, no verso seis ficou claro que em Jesus nos foi concedido um ministério melhor do que o antigo, da velha aliança, porque foi e é exercido numa atmosfera muito mais elevada, em favor de um número muito maior, sendo também duradouro eternamente e, com resultados mais seguros e ricos.

Através de Cristo nós temos alcançado benefícios reais e bênçãos incontáveis.

Temos em Cristo justificação, reconciliação, perdão, paz e vida eterna.

Mas, em Cristo não temos apenas um ministério melhor. Temos também uma aliança melhor. Como diz o texto:

Mas Cristo, como ministro do céu, foi recompensado com um trabalho muito mais importante do que os que servem sob as leis antigas, pois o novo acordo que Ele nos oferece da parte de Deus contém promessas muito mais maravilhosas. (Hb 8.6).

Precisamos entender claramente o significado deste verso, que mostra que a antiga aliança tinha defeitos, foi incompleta. Ora, precisamos entender que o defeito não estava na lei em si, mas no homem, no coração do homem. A lei não funcionou em benefício do homem, não porque ela fosse injusta, ou imperfeita.

 

A lei sempre revelou o caráter de Deus! Portanto, era e ainda é  justa. Mas, o problema estava no homem. Nós lemos em Romanos 7, essas palavras: Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum... Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo justo e bom ... Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado (Rm 7.7,12, 14).

Então o problema está exatamente no coração do homem, o homem é mau, impuro, desobediente, pecaminoso. Podemos dizer que a Lei não pôde funcionar, não atingiu o seu objetivo em justificar. Ela foi didática, em nos mostrar que existia e existe um só caminho para a justificação: Jesus Cristo.

A nova lei, ou melhor, a nova aliança que é o evangelho de Cristo, trouxe aos homens, não somente o dever para cumprir, mas também a força, a capacitação, a energia, e o poder para cumprir com as exigências divinas, através do Espírito Santo.

 2. A antiga aliança já previa a vinda da nova aliança (v. 8)

 O próprio Deus encontrou defeito no antigo, pois disse: "Dia virá quando farei um novo acordo com o povo de Israel e o povo de Judá.

Quando estudamos o Antigo Testamento, observamos claramente que os profetas já vinham há muito anunciando essa mudança, ou melhor, o surgimento dessa nova aliança, oferecendo condições adequadas ao problema do homem.

Vamos verificar agora o texto de Jeremias 31.31-34:

Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá.

Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.

Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.

E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.


 3. A antiga aliança foi quebrada pelo pecado do povo (V. 9)

 Este novo acordo não será como o antigo que Eu dei aos pais deles no dia em que os tomei pela mão a fim de levá-los para fora da terra do Egito; Eles não cumpriram a sua parte naquele acordo, e, por isso Eu tive de revogá-lo.

Conforme o texto de Jeremias, a antiga aliança teve que ser substituída por causa da incapacidade do povo em cumpri-la, em obedecê-la.

Literalmente o profeta, orientado por Deus, mostra a causa da quebra da antiga aliança:

(V. 32) Esse trato será diferente do que fiz com seus pais, quando tomei os israelitas pela mão e tirei o meu povo do Egito. Eu tinha escolhido Israel como minha esposa, mas o povo não Me quis; quebrou meu trato, por isso Eu também o rejeitei, diz o Senhor.


4.  A nova aliança é impressa em nosso interior (V. 10).

Porém, este é o novo acordo que Eu farei com o povo de

Israel, diz o Senhor: escreverei minhas leis em suas mentes, a fim de que eles saibam o que Eu quero que façam sem precisar dizer-lhes, e estas leis estarão em seus corações para que eles desejem obedecê-las. Serei o Deus deles e eles serão o meu povo.

Quando comparamos as duas alianças podemos constatar que durante a vigência da antiga aliança, tudo era expresso por meios visuais, materiais, formas e símbolos materiais.

 

Tudo apelava para os sentidos. Suas leis, seus ritos, suas bênçãos prometidas eram físicas, como por exemplo: terra, frutos, colheita, rebanho produtivo, vitorias nas guerras ...

Tudo era apresentado chamando a atenção dos sentidos, da visão, do tato, do paladar, àquilo que é terreno e temporal. Aquela foi uma revelação adequada à raça humana na sua fase de infância e de adolescência.

Porém, a nova aliança nos traz uma manifestação espiritual da mente e da vontade de Deus muito mais clara e importante. É a revelação escrita e gravada em nossos corações e mentes; é a revelação para raça no seu período adulto e de maturidade.

 5. A nova aliança proporciona o conhecimento de Deus (V.11).

E então ninguém precisará falar ao seu amigo, ou ao seu vizinho, ou ao seu irmão, dizendo: 'Você também precisa conhecer o Senhor', pois todos, grandes e pequenos, já me conhecerão.

Na nova aliança o Espírito Santo inclina o nosso coração para as coisas espirituais e boas e nos fortalece para o cumprimento do nosso dever.

O homem na antiga aliança não contava com os recursos espirituais com os quais nós contamos hoje.

É na nova aliança que temos a promessa da justificação para o pecador na base da fé em Jesus Cristo. Quem crê em Jesus Cristo está salvo, está justificado. Justificado e salvo não pelas obras, mas pela fé.

A nova aliança promete também a santificação do crente por meio do Espírito Santo. Ao conhecermos cada vez mais a vontade de Deus pelo seu próprio Espírito Santo, temos também a capacitação dada pelo mesmo Espírito para cumprirmos não apenas a mera letra da Lei, mas o espírito, o sentido, o significado da Lei.

6. A nova aliança está baseada na misericórdia divina (V.12).

 E Eu terei misericórdia deles e suas más obras, e não me lembrarei mais dos seus pecados".

Na nova aliança temos com mais clareza a verdade sobre a espiritualidade para nos aproximarmos de Deus e como podemos adorá-lo corretamente. Deus por sua misericórdia, foi preparando o ser humano, progressivamente para que soubesse como se relacionar com ele.

 

A nova aliança escreve a lei divina não mais em tábuas de pedra, mas nos corações dos crentes.

As suas promessas são bênçãos espirituais e, não as bênçãos materiais e circunstanciais que muitos estão oferecendo ainda hoje em dia.

Prosperidade financeira, cura física, posição no serviço ou na sociedade, bens materiais, vida feliz e sem problemas e tantas outras ofertas apelam para o que há de mais egoísta no ser humano, apelam para o visual, para o sensitivo, não ajudam na espiritualidade, na comunhão com Deus.

Mas, Deus, em sua misericórdia, quer abrir os nossos olhos para não sermos enganados. Podemos dizer ainda que a nova aliança oferece uma demonstração mais completa da graça de Deus.

Encontramos a graça de Deus muito mais claramente manifestada na nova aliança do que na antiga aliança. As palavras do apóstolo João, nesse sentido, são específicas e objetivas:

Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. (Jo 1.17)

 7. A antiga aliança foi substituída pela nova aliança (V. 13).

 Deus fala destas novas promessas, deste novo acordo, como tomando o lugar do antigo; porque este agora está antiquado e foi posto de lado para sempre.

Uma das grandes diferenças entre as duas alianças é o aspecto material da antiga aliança e o aspecto espiritual da nova aliança.

A lei de Deus encontra-se manifesta em ambas as alianças, mas a antiga, conforme esse verso, está antiquada e envelhecida. Valorizemos, portanto, o que Cristo conquistou para nós na Cruz.

 

IV. A posição de Cristo no céu.

 

1. “Um sumo sacerdote tal...” (v.1a). Com esta expressão, a Palavra de Deus visa mais uma vez enfatizar a singularidade de Cristo como Sumo Sacerdote, destacando-o e diferenciando-o dos sumo sacerdotes comuns, frágeis, mortais, da Antiga Aliança. A expressão “tal”, aqui, evidencia a incapacidade das palavras humanas para descrever a grandeza de Cristo. É o que ocorre também em Jo 3.16 (de “tal” maneira).

 

2. “Assentado nos céus”. 

Esta expressão que também aparece em 1.3; 10.12 e 12.2, indica Cristo, como Sumo Sacerdote perfeito, que realizou sua obra de tal forma que tem o direito de assentar-se no seu trono, ao lado direito do Pai. Já os sacerdotes do Antigo Pacto não podiam assentar-se, pois sua obra nunca terminava. Por isso nunca são descritos como sentados.

 

3. “À destra do trono da majestade” (v.1b). 

Cristo, à direita de Deus, está na posição da mais alta honra, nos céus. Em Mc 16.19, está escrito: “Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus”. Jesus Cristo é o único ser que tem essa posição de extremo destaque nos céus. Tal verdade nos é transmitida, para que saibamos que o nosso mediador não é um ser celeste qualquer, mas aquele que tem posição de honra, única e destacada, diante de Deus. As nossas orações são levadas a Ele, que por nós intercede junto ao Pai.

 

V.O Sacerdócio de Cristo nos céus.


 1. “Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo”. 

Não obstante estar Cristo assentado à destra de Deus, e tendo concluído sua obra, quando do seu ministério terreno, Ele é aqui descrito como “ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo” (v.2). Nos céus, o Mestre amado continua a executar seu ministério ou serviço divino, como nosso mediador, intercessor, advogado e Sumo Sacerdote perante o Pai, pois entrou no Santo dos Santos.

 

2. O que cristo faz nos céus. 

Abrindo um pouco o véu da eternidade, a Bíblia revela-nos algo sobre o trabalho de Cristo nos céus. De lá, Ele controla todas as coisas, tanto as que estão nos céus, quanto as que estão na terra, no universo, enfim. Ele está assentado “à destra da majestade”, “sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” (1.3). É muita coisa!

 

Em relação a nós, diz a Bíblia, que “ele está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.34b). Há milhões de crentes, orando todos os dias, em todos os lugares, em todas as mais de 6.000 línguas conhecidas, e Jesus está ouvindo essas orações, e intercedendo por nós. Glória a Deus! Jesus contempla todos os seus servos e trabalha em favor deles. ( Is 64.4).

 

3. Constituído por Deus (vv.2-4). 

Jesus, como Sumo Sacerdote constituído por Deus, no céu, exerce seu trabalho no verdadeiro tabernáculo, fundado pelo Senhor, e não pelo homem. O antigo tabernáculo, montado no deserto, deixou de existir. Sua exuberante glória desapareceu. Salomão construiu o majestoso templo, que substituiu o tabernáculo (2 Cr 7.1,11). Mais tarde, esse templo foi destruído e substituído por outro, que também desapareceu. Mas o tabernáculo celeste, no qual Cristo está, é eterno e indestrutível.

 

 

VI. A sobrescelência da Nova Aliança na visão Paulina (2 Co 3.1-11).

 

 1 - Porventura, começamos outra vez a louvar-nos a nós mesmos? Ou necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós ou de recomendação de vós?

2 - Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens,

3 - porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.

4 - E é por Cristo que temos tal confiança em Deus;

5 - não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus,

6 - o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica.

7 - E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória,

8 - como não será de maior glória o ministério do Espírito?

9 - Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça.

10 - Porque também o que foi glorificado, nesta parte, não foi glorificado, por causa desta excelente glória.

11 - Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece.

 

 1. A suficiência que vem de Deus. 

Após fazer a defesa de sua auto recomendação perante os coríntios, Paulo usa a figura metafórica da lei escrita em tábuas de pedra, pelo próprio Deus (Êx 31.18; Dt 5.22), e a compara à nova lei, o novo pacto, predito pelos profetas, que afirmaram que Deus a escreveria no coração do seu povo (Jr 31.31-34). Os dois pactos são provenientes de Deus, mas o segundo é superior, porque veio mediante a pessoa de Jesus Cristo, que consumou todas as coisas do Antigo Pacto, em um único ato sacrificial (Hb 7.27; 12.24; 1 Pe 1.2).

 

2. A distinção entre as duas Alianças (3.6). 

Paulo mostra aos coríntios que a “velha lei” ou o “velho pacto” tinha em seu conteúdo a sentença de morte sobre o moralmente culpado, por isso, a Antiga Aliança era da “letra”: gravado com letras em pedras (2 Co 3.7). A Nova Aliança é do “Espírito”, e ministrada por Ele (v.8), pois é um ministério da justiça (v.9), o qual vivifica (v.6) e é permanente (v.11). A Antiga Aliança era de condenação; a nova é de justiça e salvação (v.9). O Antigo Pacto veio por Moisés; o novo veio por Cristo (At 20.28; Hb 9.12; 7.27; 12.24).

 

3. A “letra” que mata (3.6). 

Por muito tempo, a má interpretação desse texto provocou receio quanto ao estudo secular e mesmo o teológico. Entretanto, como já ficou claro, tal passagem não se refere ao estudo, mas à aplicabilidade das sanções, sentenças e penalidades da lei mosaica que, contrastava-se com o Novo Concerto, o qual tem como propósito único vivificar e absolver.

A Antiga Aliança era de condenação; a Nova é de justiça e salvação (v.9). A Antiga Aliança veio por Moisés; a Nova veio por Cristo (At 20.28; Hb 9.12; 7.27; 12.24).



VII. A Glória da Nova Aliança (3.7-18).

 

 1. A superioridade da Nova Aliança sobre a Antiga Aliança (3.7-12).

 Quando Paulo fala das alianças, ele utiliza paralelos entre a Antiga e a Nova, a fim de esclarecer os crentes quanto às diferenças entre o que era transitório e o que é permanente; entre a lei que condenava e a que liberta. A glória do Antigo Pacto era passageira porque trazia à tona a realidade do pecado, sua maldição e condenação. O Novo Pacto demonstrou outra característica da glória de Deus, o seu poder misericordioso para salvar e dar vida. A glória do Primeiro Concerto revelou o ministério da morte, porque condenava e amaldiçoava todo aquele que não cumpria a lei, mas a glória do Segundo Concerto revelou o ministério da vida e da graça de Deus. Por isso, a glória do evangelho é superior à da lei.

 

2. A glória com rostos desvendados (3.13-16).

 Quando Paulo usa a figura da glória resplandecente da face de Moisés, ele reforça o fato de que tal glória teve que ser coberta com véu e que se desvaneceu com o tempo, portanto, era transitória. Porém, a glória da Nova Aliança manifestou-se descoberta, sem véu, porque Cristo a revelou no Calvário. Trata-se da liberdade que temos mediante a obra expiatória de Cristo.

 

3. A liberdade do Espírito e a nossa permanente transformação (3.17,18).

 A liberdade do Espírito livrou-nos das amarras das tradições religiosas, que nos impediam de um relacionamento direto com o Senhor. Tal relacionamento é fundamental para que possamos ser transformados e conformados à imagem do homem perfeito e completo: Jesus Cristo (Rm 8.29; Ef 4.13).

A glória da Primeira Aliança revelou o ministério da morte, porque condenava e amaldiçoava todo aquele que não cumpria a lei, mas a glória da Segunda Aliança revelou o ministério da vida e da graça de Deus. Por isso, a glória do Evangelho é superior à da lei.

 

 Vivemos num contexto em que a dimensão espiritual e celestial em muitas igrejas está se perdendo. Podemos apontar vários culpados para esse fenômeno: a teologia da prosperidade, a prosperidade econômica das nações, as distorções acerca das profecias concernentes a volta de Cristo e outros motivos. Entretanto, aproveite a oportunidade desta aula para resgatar o caráter celestial e espiritual do ministério de Jesus Cristo, logo, da missão da Igreja, o Corpo de Cristo. Assim, dialogando com a classe, pontue as seguintes questões em que o próprio Senhor deixa essa verdade bem clara:

 

 • A Pilatos: “o meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui” (Jo 18.36).

• A alguns da multidão: “Mas, se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, a vós é chegado o Reino de Deus” (Lc 11.20).

•. Aos três discípulos mais próximos: “E, estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e as suas vestes ficaram brancas e mui resplandecentes. E eis que estavam falando com ele dois varões, que eram Moisés e Elias, os quais apareceram com glória e falavam da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém” (Lc 9.29-31).

 

O apóstolo Paulo aos coríntios nos diz: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1Co 15.19).

 

 Hoje, a glória que reflete em nossa vida não é a dos rostos, mas é aquela glória interior, que reflete a transformação na semelhança de Cristo, de forma gradual, de glória em glória, mediante a presença do Espírito de Cristo em cada um de nós.

 

 Temos que reconhecer alguns pontos importantes:

Ela era limitada, pois não podia proporcionar perdão duradouro e a prova disso é que os sacrifícios tinham que ser repetidos continuamente. Enquanto isso, o sacrifício de Jesus Cristo proporcionou um perdão definitivo e permanente ( 7.27).

Ela era uma aliança que inspirava temor por seu julgamento, juízo e condenação de morte. Lembre-se: ... a alma que pecar, essa morrerá ... (Ez 18.4).

Enquanto isso, a nova aliança está baseada na graça, na misericórdia oferecendo-nos paz interior ( 8.12).

Não oferecia acesso direto ao Pai. O sacerdote, apenas uma vez por ano, servia como intermediário entre Deus o povo. Enquanto isso, Jesus

Cristo, como nosso sumo sacerdote nos faz chegar com liberdade, ousadia e intrepidez à presença de Deus, para usufruirmos dele tudo o que tem colocado à nossa disposição.

Será que vale a pena desprezar tudo isso? Será que vale negligenciarmos essa tão grande salvação? Será que vale a pena retrocedermos? 

Se você está desviado ou afastado da pesença de Deus aproveite esta oportunidade que o Senhor lhe concede e se reconcilie com Deus agora.


Escreva nos comentários a sua reconciliação.


 


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